São Paulo já foi uma cidade com água abundante. Os jesuítas que vieram criar uma nova civilização no planalto de Piratininga, impressionaram-se com a existência de grandes rios e de centenas de córregos, riachos e outros cursos d’água.
O que fizemos a partir de 1554? Canalizamos os rios e sepultamos os seus afluentes, para construir uma conurbação asfáltica, priorizando os veículos automotores. Em 2014, enfrentou-se grave crise hídrica. Se outra vier, será mais séria ainda.
E não é muito remota essa hipótese. As últimas nascentes que abastecem a represa de Guarapiranga, da qual 30% da população paulistana se serve para sobreviver, estão sendo dizimadas por uma crescente ocupação de áreas insuscetíveis de utilização para moradia. São glebas destinadas à preservação ambiental, essenciais para que as nascentes não desapareçam.
Uma ideia seria a “adoção afetiva” dessas nascentes por parte de empresas, entidades, instituições financeiras, clubes, igrejas, Universidades, consulados, até por pessoas físicas. O que interessa é fazer com que elas não sejam extintas. Se isso acontecer, São Paulo vai padecer de falta d’água. Ninguém quer que isso aconteça.
Outras ideias também são bem vindas e a Secretaria Executiva das Mudanças Climáticas está à disposição dos interessados em discutir as opções. E devem estar empenhados nisso todos aqueles que pretendem a continuidade da experiência humana sobre o planeta, com a garantia de vida saudável e digna para as futuras gerações.