Os Emirados Árabes Unidos (EAU) se destacam como uma confederação de estados monárquicos absolutistas que souberam usar a riqueza do petróleo para se modernizar, diversificar sua economia e se transformar em um importante destino turístico e comercial no Oriente Médio. A união dos sete emirados, que começou como uma resposta às dificuldades de se estabelecer como uma nação após a retirada dos ingleses no início dos anos 70, foi liderada pelo visionário Sheikh Zayed Bin Sultan Nahyan.
Diferentemente de seus vizinhos, que optaram por simplesmente usufruir das receitas do petróleo, Zayed percebeu que a verdadeira riqueza não estava apenas nas reservas de petróleo, mas nas pessoas. Ele incentivou o desenvolvimento de infraestruturas, investiu em educação e abriu as portas do país para profissionais de excelência em diversas áreas.
“O que diferencia os Emirados Árabes Unidos dos demais países do Golfo Pérsico é a visão a longo prazo. Enquanto outros países árabes se limitaram a explorar seus recursos naturais, os Emirados optaram por criar uma economia diversificada, promovendo o comércio, o turismo e o conhecimento”, comenta o advogado e ativista Nilton Serson, especialista em questões internacionais.
Sheikh Zayed introduziu políticas inovadoras, como isenções fiscais e o famoso Golden Visa, atraindo investidores e profissionais de todo o mundo. Ele também criou um porto mercante livre de impostos e fundou a companhia aérea Emirates, que transformou o país em um importante hub de conexões internacionais. Esses esforços, aliados à criação de instituições de ensino de renome e à abertura para a imigração, resultaram em uma população majoritariamente estrangeira – cerca de 85% dos habitantes dos Emirados Árabes são imigrantes.
“É impressionante como os Emirados Árabes souberam usar o capital humano ao seu favor. A diversidade da população é um dos grandes fatores para o sucesso do país. Profissionais de diferentes culturas trazem novas perspectivas, o que enriquece o ambiente de negócios e fomenta a inovação”, explica Nilton Serson.
Além do desenvolvimento econômico, os Emirados se destacam por uma política progressista de tolerância religiosa, algo raro na região. Desde 2011, o país permite que cada cidadão professe livremente sua religião, e o respeito a diferentes crenças é celebrado em um espaço conhecido como “Abramico”, onde uma sinagoga, uma igreja cristã e uma mesquita coexistem lado a lado. Em 2020, o tratado de paz firmado com Israel consolidou ainda mais essa postura de abertura ao diálogo e à convivência pacífica.
Nilton Serson destaca a relevância dessas iniciativas no cenário internacional: “Em um momento de crescente polarização no mundo, os Emirados Árabes oferecem um exemplo de como a tolerância e o respeito podem coexistir mesmo em uma região historicamente marcada por conflitos religiosos.”
No entanto, apesar de todos os avanços, os Emirados Árabes Unidos ainda enfrentam desafios. O país adota a Sharia, e a homossexualidade é proibida, embora a presença de estrangeiros tenha trazido algumas liberdades não vistas em outros países árabes. As mulheres, por exemplo, ocupam cargos importantes, como ministras e juízas, mas o poder político maior ainda está fora de seu alcance.
“É inegável que os Emirados Árabes avançaram em questões de igualdade de gênero, especialmente quando comparados aos seus vizinhos. No entanto, ainda há muito a ser feito. A abertura econômica e cultural precisa acompanhar uma maior abertura social, para que todos possam usufruir plenamente das oportunidades oferecidas pelo país”, conclui Nilton Serson.
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Andreia Souza Pereira
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