Conhecida popularmente como azia, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) acomete 12% dos brasileiros, como aponta estudo publicado no Brazilian Journal Of Health Review. A condição ocorre quando o conteúdo do estômago retorna involuntariamente para o esôfago devido ao mau funcionamento da válvula esofágica, barreira existente entre os dois órgãos que deveria se fechar após a passagem dos alimentos.
De acordo com o Responsável Técnico do AmorSaúde, Dr. Alexandre Pimenta, uma causa para o refluxo é a incompetência da musculatura que divide o esôfago do estômago, chamado esfíncter esofagiano inferior. “Se ficar patente, ou seja, quando o alimento passa, ele tem que abrir. Após essa passagem, ele tem que fechar. Se for um esfíncter frouxo, o ácido que está no estômago e o resíduo alimentar vai refluir, podendo machucar a mucosa esofágica. Por essa razão, há a sensação de desconforto”, explica o profissional da maior rede de clínicas médicas-odontológicas do Brasil. Ou seja, quando esse músculo não fecha corretamente após a passagem dos alimentos, o ácido estomacal e restos alimentares voltam para o esôfago, causando irritação e a sensação de queimação.
Sintomas e fatores de risco
Os sintomas da doença do refluxo gástrico costumam incomodar. Segundo o Dr. Alexandre, o paciente pode sentir dores ou a popular sensação de queimação e azia, especialmente após as refeições. “O paciente pode se queixar também, no caso do refluxo mais alto, de rouquidão, tosse noturna. Muitas vezes, a pessoa sente o alimento retornar ao se deitar”, pontua.
Sendo assim, para evitar episódios de refluxo, conforme instrui o médico, é essencial não se deitar logo após as refeições, pois o aumento da pressão no estômago pode piorar o quadro.
O médico aponta ainda que as causas do refluxo podem variar, incluindo má alimentação, tabagismo, consumo excessivo de álcool e hábitos de vida inadequados. “As principais causas da doença do refluxo são as que aumentam a pressão intra-abdominal, por exemplo, obesidade. Neste caso, existe um depósito de gordura dentro do abdômen que gera uma pressão na região gástrica e faz com que esse ácido que está no estômago reflua para o esôfago, causando a doença”, explica o Responsável Técnico do AmorSaúde.
Além disso, é importante também se atentar ao que se come e como os alimentos são preparados. “Frituras, alimentos muito ácidos, excesso de café e chocolates podem intensificar os episódios de refluxo”, alerta o médico.
Diagnóstico e tratamento da doença do refluxo
Quando há suspeita ou sintomas recorrentes e prolongados da sensação de queimação ou azia, o ideal é procurar atendimento especializado com um médico da área de Gastroenterologia. A partir de exames como a endoscopia digestiva alta ou a pH-metria esofágica, no qual o médico insere um medidor no interior do esôfago do paciente, será possível observar as alterações de acidez no suco gástrico do paciente, explica o médico.
Alguns dos tratamentos da doença podem envolver uso de medicamentos, como antiácidos, e ajustes na alimentação. Em casos mais graves, quando há a existência da hérnia de hiato ou esofagite, a cirurgia é o caminho mais indicado.
Entretanto, a alimentação é um dos caminhos para a prevenção e manutenção do tratamento. Nesse sentido, o tratamento pode envolver o fracionamento da dieta, a diminuição da ingestão de alimentos que contribuem para o refluxo e a prática de aguardar três horas após as refeições para se deitar. “Na persistência dos sintomas, é muito importante procurar um médico para dar as orientações”, aconselha Dr. Alexandre.
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ARIELY DOS SANTOS POLIDORO SILVA
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